Finalmente um livro que de fato agrega informação para quem busca saber um pouco mais sobre a vida do Nômade Digital.
Como um ex-gerente de segurança da informação que vive no Chile nos últimos dois anos foi se interessar por um livro de Nomadismo Digital?
A resposta, é bem mais óbvia do que parece. Minha mudança no Chile ocorreu em função de uma nova posição que minha mulher assumiu aqui em Santiago.
Depois de ficar praticamente 2 anos em uma ponte aérea infernal entre São Paulo e Santiago, a cada 15 dias, resolvi apostar na vida em outro país e quando se fala em América do Sul o Chile é a joia da coroa ou pelo menos era antes do tal estalido social ou primavera chilena (isso é tema para outro blog).
Uma baita oportunidade, estava em um momento da vida em que tinha recurso para bancar uma espécie de um sabático e buscar uma forma de trabalho que não fosse aquela do mundo corporativo.
Lamentavelmente só fui encontrar o livro Nômade Digital. Um guia para você viver e trabalhar como e onde quiser do Matheus de Souza depois de dois anos.
Não tenho como mudar o passado e não me arrependo de todas as coisas que tenho feito aqui no Chile, mas certamente posso fazer um futuro melhor e esse livro juntamente com as dicas do site da Rock Content, ajudam bastante.
Afinal o que é um Nômade Digital?
De acordo com a definição dada pela RockContent:
“Nômade digital é um profissional que trabalha online e, portanto, não precisa estar presente em um escritório, cidade ou país em particular. Ele pode trabalhar em qualquer lugar do mundo, desde que tenham uma boa conexão à internet.”
Os nômades digitais, em geral são freelancers, empreendedores, trabalhadores remotos ou um mix de todos eles.
Enfim, se alguém tem condição de por intermédio de tecnologia conseguir trabalhar sem a necessidade de estar presente no seu ambiente de trabalho, pode ser considerado como nômade digital.
Sobre o livro
Chega de papo furado, vamos aos pontos importantes.
O Matheus quebra alguns paradigmas a respeito da ideia que se faz sobre ser Nômade Digital e seguramente de todas elas a mais emblemática é o estereótipo do carinha de bermuda, camisa com estampas florais e chapéu panamá, sentado na praia com um notebook no colo e trabalhando.
Tirando a parte do trabalhando o resto é fake, obvio que depois de mais de 20 anos de informática, praia, água salgada e computador sempre foram coisas que me arrepiavam até os ossos.
Sempre desconfiei dessa imagem.
Nunca pensei em colocar meu precioso notebook em um ambiente inóspito como esse e ter a confirmação do Matheus de que isso era lenda já foi super importante e de fato deu muita credibilidade ao livro.
O Matheus não tenta vender o sonho, mas passa uma boa dose de realidade para quem quer viver o sonho do nômade digital.
Alias, dentro do estereótipo acima a parte que o Matheus mais reforça e o “trabalhando”.
O fato de você se dedicar ao nomadismo digital não quer dizer que você vive férias intermináveis, como qualquer autônomo, precisa trabalhar e muito.
Vale lembrar que comida, hospedagem e deslocamento não caem do céu, tem que pagar por ele e como todo autônomo, se você não trabalhar no final do mês, o dinheiro não vai brotar na sua conta.
O lado positivo é que você consegue trabalhar em qualquer lugar do mundo (com boa internet), seja de Santiago, São Paulo, Bangkok, Budapeste ou San Francisco. E pra muita gente isso não tem preço.
Planejamento
Há muito tempo aprendi que planejamento é o que diferencia entre realizar uma jornada ou atividade de forma consciente de uma aventura.
O capítulo que fala sobre planejamento é mais uma razão para se levar o livro a sério.
Nesse ponto, Matheus destaca a importância de ter um planejamento pessoal, ter uma meta e se dedicar a ela.
Por outro lado, talvez o conselho mais importante seja conhecer a si mesmo. Conhecer suas forças e limitações, saber quais são seus pontos fracos e as oportunidades que você tem nesse momento de vida fará toda a diferença para aqueles que gostariam de abraçar a vida do Nomadismo.
Se você for uma pessoa que tem muito apego pelo lugar que vive e o contato constante com parentes e amigos, pode ser que essa não seja a sua praia.
O mesmo serve para pessoas que gostam da rotina do mundo corporativo e da ilusão da estabilidade.
Agora, para os mais desapegados, certamente ter a oportunidade de passar um bom tempo as margens do Mar Egeu e ainda seguir produzindo e ganhando para isso pode ser um convite bastante tentador.
O que fazer?
Bom essa, parte está diretamente relacionada com a anterior.
Obviamente você precisa se conhecer muito bem para saber o que fazer e do que gosta.
Tem muita gente que coloca a vida em uma espécie de piloto automático, principalmente quando você trabalha no mundo corporativo, os desafios e os problemas já vêm prontos e embalados nos pacotes motivacionais das empresas.
Um amigo meu costuma dizer que, na empresa quando você tem muitos problemas e não sabe por onde começar geralmente seu chefe te liga e resolve esse dilema por você rapidinho.
Quando se é nômade não tem um chefe para te ajudar ou incentivar a decidir por onde começar e tampouco existe um piloto automático. É você e você mesmo.
Se você, como muitos, tem dificuldade em descobrir o que fazer pode tentar se basear em uma outra metodologia que encontrei recentemente chamado IKIGAI.
Não vou entrar muito a fundo nisso aqui, não é o foco, mas em linhas gerais é descobrir:
- Aquilo que você ama;
- Aquilo que você é bom;
- Aquilo que o mundo precisa;
- Aquilo que você pode ser pago para fazer;
Se você encontrar algo que combine as 4 descobertas acima, certamente você vai encontrar o que fazer e é muito provável que o fará de maneira feliz.
Conexões
Criar boas conexões é outro ponto bem salientado no livro do Matheus e vamos combinar que isso não é novidade.
Em qualquer atividade que você esteja desenvolvendo ter as conexões certas ajudam muito o seu trabalho.
Funciona tanto no ambiente corporativo como com no nomadismo digital. A menos que você queira ser um eremita digital, esse ainda não sei como funciona e nem sei se existe.
A troca de experiencias parece ser mais intensa quando se trata de nomadismo digital.
O que entendi é que quando você encontra outros nômades existe uma certa afinidade automática que não se limita aos aspectos de negócios, como acontece nos ambientes corporativos.
Alguns aspectos e experiencias pessoais entram no contexto, o que acaba enriquecendo essas conexões. Obvio que, oportunidades de negócios podem surgir, mas as relações se tornam mais sólidas porque há um reconhecimento instantâneo de que todos estamos no mesmo barco.
Como esse reconhecimento surge de maneira intrínseca e não porque alguém está dizendo. Existe uma legitimidade e um comprometimento maior com essa troca de experiências e a construção dessa rede de contatos.
Por fim
Não estou recebendo nada de ninguém que mencionei aqui nesse texto, não conheço o Matheus nem pessoal e nem digitalmente. Até gostaria porque gostei muito da abordagem e de como ele transmitiu a realidade do que é ser um nômade digital.
Queria muito ter tido contato com esse material antes, certamente teria me ajudado a focar em uma serie de pontos que comecei a me atentar somente agora.
Recomendo muito a leitura, principalmente para aqueles que buscam uma vida de nômade digital ou mesmo para aqueles que procuram ter uma forma mais virtual ou remota de trabalho.
Esse e outros textos também podem ser encontrados no meu Medium, onde falo algumas coisas sobre Segurança da Informação e Fotografia.
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Impossível me esconder hoje em dia. Rsrsrs