Quantos de nós acordamos diariamente com a ilusão de que a vida está sob controle? Que sabemos exatamente como começa o dia e como vai terminar.
Uma pessoa em média vive uns 75 anos, o equivalente a 27.375 dias sem descontar o período que não temos a menor consciência de nós mesmos. A maioria de nós comete esse erro todos esses dias ou simplesmente ignora o fato e segue a vida.
Exploradores do novo dia.
Todo dia que começa é um dia para se explorar o desconhecido, algumas vezes pode trazer bons resultados outras vezes não.
A forma como enfrentamos esses temas é a forma como vamos sobreviver a esse dia cheio de novidades.
A partir do momento que você acorda, os desafios começam, levantar da cama sem pisar no gato ou naquela peça de lego que seu filho esqueceu do lado do seu chinelo, ir tomar banho e acabar a água quando está todo cheio de sabão, etc… A lista de surpresas é interminável e mesmo assim seguimos fazendo planos.
Planos para as próximas horas, planos para os próximos, dias, meses, anos. Tem até quem faça planos para quando não estiver mais por aqui.
Somos sensíveis as coisas ruins que nos acontecem, mas as boas quando acontecem, simplesmente passam. Podemos dizer que quando as coisas boas acontecem elas não fizeram mais do que sua obrigação ou que simplesmente demos sorte. (Algo de Síndrome do Impostor aqui.) Ou por outro lado somos incríveis e merecemos isso.
Essa disparidade cotidiana entre apenas contemplar o bom e viver o mal até os ossos é o que vem construindo nossa essência durante todos esses anos. Até porque parece que tudo que é bom foi feito para durar segundos e tudo que é ruim leva dias para acabar.
Registros
Tanto as boas experiências como as ruins deixam registros em nossas memórias, muitos deles indeléveis e que com o tempo moldam nosso jeito de ser e principalmente nossa forma de reagir diante das novidades do dia a dia.
As memórias relacionadas as boas experiências nos marcam pelo prazer ou a satisfação que sentimos naqueles momentos, essas memórias nos movem adiante, em uma busca incansável, eternos caçadores dos prazeres passados ou perdidos.
Por outro lado, são as memórias ruins que nos mantém vivos, são elas que nos livram das encrencas e que de fato nos preparam para um novo dia de buscas e exploração. Mesmo sem dar conta de que são elas que estão ajudando a ditar as regras.
As memórias de experiências ruins nos coloca na dianteira das dificuldades e ela que nos faz construir um abrigo para chuva ou economizar dinheiro para os tempos difíceis.
Melhor solucionador de problemas de todos os tempos
Com base nela resolvemos problemas. Óbvio que somos capazes dos extremos e nenhum deles é uma coisa boa. O otimista é o fanático das boas memórias, por sua vez o pessimista é o que idolatra as memórias e experiências ruins e se satisfaz quando elas se materializam, existe um prazer em dizer que estavam certos em dizer que as coisas dariam errado. Profetas do apocalipse que não possuem condição de ver o que se passa 5 segundos a sua frente.
Por fim, viva o amanhecer de cada dia, que possamos olhar o dia de forma tão obstinada quanto aqueles que uma vez se lançaram ao oceano buscando novos mundos. Somos tão exploradores como eles. Em um mundo que muda a cada segundo certamente o mundo que você deixou quando dormiu não é mais o que você conhece quando acorda.
Já pensou nisso?